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Tipos de Cachaças: Entenda a Diferença

A cachaça já está presente na vida dos brasileiros há mais de 500 anos. Para se ter ideia, o País tem registro de mais de 4 mil marcas diferentes da bebida. Você sabia que existem diversos tipos de cachaças e cada um tem a sua característica específica?

Neste artigo, você vai descobrir as diferenças que existem entre cada uma delas, os critérios que influenciam nessa classificação, além de entender o que pode, de fato, ser considerado cachaça. Vamos lá?

Como são Classificados os Tipos de Cachaças?

Há vários tipos de cachaças no mercado, sendo que a classificação de cada um deles é estabelecida de acordo com a maturidade da cachaça no barril de madeira.

Os tipos mais comuns são prata, ouro, premium, mas há também o super premium e as reservas especiais. Veja, abaixo, as principais características de cada tipo:

Cachaça Prata

Também conhecida como cachaça clássica, cachaça branca ou cachaça tradicional, é aquela transparente, que não apresenta cor.

A falta de coloração é explicada pelo tipo de madeira pelo qual a bebida passou, o tamanho do barril de repouso, o tempo de armazenamento e até a idade do barril. Existem madeiras brasileiras que não modificam a cor do líquido, como o jequitibá-rosa e o freijó.

Algumas delas também podem não passar por armazenamento em barris, por isso ficam totalmente sem coloração. Depois que são destiladas, elas ficam em recipientes de aço inoxidável por determinado período e são engarrafadas logo em seguida.

Cachaça Ouro

Esse tipo de classificação ocorre quando metade da cachaça ou mais ficou armazenada por certo tempo em um barril de madeira, tendo sua cor modificada. É o que muitos chamam de cachaça envelhecida.

A madeira mais comumente usada para fazer esse armazenamento é o carvalho da Europa ou dos Estados Unidos.

Cachaça Premium

Apesar de muitos acharem que o termo premium faz apenas referência à qualidade da bebida, esse tipo de cachaça leva esse nome porque a bebida fica, em sua totalidade, armazenada em enormes barris de madeira (200 a 700 litros) pelo tempo mínimo de um ano.

Elas podem ou não apresentar coloração e os tipos mais usuais de madeira usadas para esse envelhecimento são a amburana e o carvalho. O envelhecimento pode melhorar muito a qualidade de uma cachaça, mas não é fator determinante, as boas práticas de fabricação continuam sendo ponto chave, principalmente, tratando-se desta categoria.

À medida que você opta em envelhecer uma cachaça durante três anos, por exemplo, ocupando um espaço que, possivelmente, poderia estar rodando outras cachaças para serem comercializadas, você precisa tomar certos cuidados especiais.

Não basta, simplesmente, deixá-la no barril. É recomendável que o envelhecimento ocorra em um ambiente onde se tenha controle de temperatura e umidade do ar, pois as alterações de temperatura podem dilatar o barril, ocorrendo um vazamento.

Outra coisa importante é que, durante o envelhecimento, dependendo do lugar em que está o barril, ele pode sofrer uma evaporação de até 20% ao ano, sendo necessária a reposição, mostrando mais uma vez, como é importante, as boas práticas de fabricação sobretudo na produção deste produto.

Cachaça Super Premium

Esse tipo de cachaça é aquele que teve 100% de seu conteúdo armazenado em grandes barris de madeira (200 a 700 litros) por, no mínimo, três anos. Elas podem ou não apresentar coloração, mas é extremamente raro que não apresentem em virtude do tempo de envelhecimento.

A cachaça super premium costuma ter seu armazenamento feito em madeiras como bálsamo, carvalho e amburana, mas pode também ser feito em barril de mistura de madeiras.

Cachaça Reserva Especial

A cachaça reserva especial é aquela dotada de atributos sensoriais específicos, como cor, aroma e sabor diferente das comuns de determinado produtor, mas precisa ter a comprovação técnica de laboratórios especiais ou do Ministério da Agricultura.

É o caso das cachaças envelhecidas em barris com mix de madeiras ou aquelas que ficam por muitos anos em armazenamento.

Qual a diferença entre a Cachaça Industrial e Cachaça de Alambique?

A cachaça industrial tem de manter a fermentação ativada por meio de elementos químicos que deixam as bactérias com energia suficiente para o processo, por isso, precisa ser produzida em grande quantidade.

A cachaça de alambique já não precisa disso, pois o processo é artesanal e não precisa de produção a todo vapor, alguns utilizam até leveduras naturais.

Outro ponto de diferença é que, por ser feita em larga escala, a cachaça industrial tem custo de produção reduzido, por isso pode apresentar valor final mais baixo, além do que, a cachaça de alambique tem as frações de cabeça, coração e cauda, o que não existe nas industriais.

Como a cachaça artesanal é produzida de forma limitada e pontual, ou seja, só é feita em determinada época do ano, o custo é mais alto e, consequentemente, o preço final é um pouco mais elevado, mas comparado aos produtos importados, com altas taxações de impostos, ainda pode se tornar um produto com preço competitivo. Vale a pesquisa.

O que é Considerado Cachaça?

É preciso salientar que a cachaça é uma bebida genuinamente brasileira. Assim como conhecemos uísque escocês, champanhe francês e tequila mexicana, a primeira condição para uma bebida ser chamada de cachaça é ela ser produzida em território brasileiro. Inclusive, a cachaça é um pedaço muito importante da nossa história.

Em âmbito técnico, a cachaça trata-se de uma aguardente de cana brasileira que tem teor alcoólico entre 38% e 48%, temperatura média de 20 graus celsius, sendo obtida por meio da destilação e fermentação do caldo da cana-de-açúcar.

A bebida não recebe o nome de cachaça se essa classificação não for atendida, e sim de aguardente feita de cana-de-açúcar. Por isso, toda cachaça pode ser considerada aguardente, mas nem toda aguardente pode ser chamada de cachaça.

Também não podemos chamar de cachaça os destilados que não tenham sido produzidos por meio da cana. O destilado de doce de leite, por exemplo, é uma aguardente de doce de leite, e não uma cachaça.

A bebida também não pode ser considerada nem comercializada como cachaça quando ervas ou especiarias são adicionadas à mistura.

De acordo com a legislação, podemos adicionar até 6 gramas de açúcar por litro na bebida. Quando o teor de açúcar da cachaça fica entre 6 e 30 g por litro, devemos chamá-la de cachaça doce.

É mais comum em cachaças industriais, mas algumas artesanais são classificadas como doces porque adquirem o açúcar durante o processo de maturação.

O que são as Cachaças tipo Blend?

O termo blend serve para indicar uma mistura. No universo da cachaça, “fazer um blend” refere-se a harmonizar duas ou mais cachaças envelhecidas em barris de madeira, com tempos de maturação distintos, no intuito de encontrar o balanceamento e a identidade perfeitos.

Essa mistura é capaz de elevar a capacidade de sensações da bebida, fazendo com que ela tenha uma versão única.

Ao criar uma mistura, uma proposta diferente é apresentada, misturando vários sabores, porque cada tipo de madeira transfere características diferentes para a bebida. Ao misturar aromas, a bebida, então, terá gostos diferentes.

O mercado de blends de cachaça está crescendo cada vez mais, à medida que a terceirização de alambiques se tornou viável.

Como você viu, os vários tipos de cachaças são classificados em função de diversos fatores, como tempo de maturação, tipo de barril de madeira, entre outros quesitos. Vale lembrar que as diferentes características agradam também diferentes tipos de consumidores.

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